quinta-feira, 16 de fevereiro de 2017

A Capital


Autor: Eça de Queirós
Ano: 1925 (obra póstuma)
Número de páginas: à volta de 350

Lido entre 25/01/2017 e 06/02/2017 (13 dias)
Classificação: 3/5


Opinião:
Livro requisitado da biblioteca. Como já devolvi o livro, não me recordo qual era exatamente a editora deste livro, nem o número de páginas.
Já há vários anos que não lia nada de Eça de Queirós, e, por isso, resolvi ler um dos livros que ainda não tinha lido.
Não foi daqueles livros que me prendeu até ao fim, nem que me motivou constantemente a ler (como no "Crime do Padre Amaro" ou na "Tragédia da Rua das Flores"). Mas também não foi daqueles livros em que eu estava constantemente a bocejar, já que a história era mesmo uma seca (por exemplo, na "Cidade e as Serras" ou "A ilustre casa de Ramires"). 
É engraçado como, após ter lido vários livros do mesmo autor, começo a "perceber" o tipo de escrita. Isto é, há alturas em que sabia que o autor estava a fazer descrições e que não era preciso estar muito atenta nesta parte, pois não era fundamental para o desenvolvimento da história.
A personagem principal fazia-me lembrar outras personagens principais de outras obras. Por exemplo, nos livros d' "Os Maias" ou da "Tragédia da Rua das Flores".
O facto da personagem principal ter como objetivo estar nas "boas graças" da sociedade lisboeta, e depois ter-se desiludido, revela o tom crítico do autor em relação à sociedade, muito presente nos livros dele.


Resumo da história:
"Desde o início, que Artur Corvelo sonha com o reconhecimento, a fama e a bajulação - para isso resolve escrever um livro que lhe traga a tão almejada visibilidade. Estuda em Coimbra onde a sua índole insegura, influenciável e contemplativa o impede de aproveitar verdadeiramente a vida académica, preferindo viver através das experiências dos seus colegas do Cenáculo residencial. Após a morte de seu Pai, deixa de ter condições monetárias para concluir o curso e depois de vender todos os seus bens, apenas lhe resta uma existência parasitária em casa de suas Tias em Oliveira de Azeméis. Aí, por entre ilusões de grandeza e grandes feitos, escreve aquele que julga ser o livro que o irá catapultar para o estrelato intelectual lisbonense. Entretanto, descontente com o seu quotidiano "provinciano" gasta os seus dias em partidas de bilhar e em serões bem regados com Rabecaz - antigo marialva em Lisboa, que mistifica histórias acerca dos prazeres lisbonenses. Aquando da morte de seu padrinho, recebe uma herança que lhe permite seguir o seu sonho e parte para a capital.
Lá conhece Melchior e Meirinho (dois fura-vidas interesseiros)que o persuadem a levar uma faustosa vida de aparências, na qual, desbarata a herança em jantares, lugares no teatro de São Carlos, compras fúteis, entre muitas outras peripécias, muito longe da vida pacata e austera apenas dedicada à literatura. Os sonhos vão, um a um, sendo transpostos para banalidades quotidianas -o seu livro é um fracasso de vendas, o seu génio não se distingue e o reconhecimento pessoal é uma anedota -, depressa perdem a prioridade no seu dia-a-dia preenchido de frivolidade citadina. Quando o dinheiro da herança acaba, a fraternidade com Melchior e Meirinho perde a relevância e é obrigado a vender alguns fatos para a passagem de comboio para Oliveira de Azeméis.
No final, retoma a sua velha função de farmacêutico na vila e goza fugazmente da fama de "folião" em Lisboa à custa de histórias a que acrescenta pormenores ficcionados."

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